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Haddad Sinaliza Deixar Fazenda para Atuar na Campanha de Lula em 2026

News Atual

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu pela primeira vez a possibilidade de deixar seu cargo no governo federal para se dedicar à campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026. Em entrevista concedida ao jornal O Globo, Haddad expressou o desejo de contribuir diretamente com a formulação do plano de governo, ressaltando que não almeja assumir candidaturas ou funções formais na estrutura da campanha. A proposta, segundo ele, foi bem recebida por Lula, que manifestou respeito a qualquer decisão do ministro, embora a data para um eventual desligamento ainda não esteja definida.

Além da movimentação política, o titular da pasta econômica abordou a crítica situação financeira dos Correios, defendendo uma “reinvenção” da estatal. Haddad ressaltou a urgência de uma reestruturação para que a empresa possa enfrentar seu déficit bilionário e a crescente competição no dinâmico mercado logístico privado. Segundo o ministro, a companhia, encarregada constitucionalmente de universalizar o serviço postal, opera com um modelo insustentável que exige novas parcerias e modelos de negócios, a exemplo de práticas observadas em outras nações. Para viabilizar essa transformação, o governo estaria articulando um empréstimo, com a nova diretoria dos Correios encarregada de apresentar um plano definitivo para assegurar a sustentabilidade da instituição.

No panorama econômico mais amplo, Haddad dirigiu críticas contundentes à gestão fiscal herdada de governos anteriores. Ele apontou que a administração anterior deixou um orçamento com um déficit oculto de quase R$ 190 bilhões, atribuído à omissão de despesas mandatórias, como os pagamentos de precatórios (dívidas reconhecidas pela Justiça) e os repasses do programa Bolsa Família. O ministro lamentou a postura daqueles que, segundo ele, ignoram os números e buscam culpar exclusivamente a atual gestão pelas dificuldades fiscais.

A relação com o Congresso Nacional também foi pauta, com Haddad destacando desafios na aprovação de propostas econômicas e o engessamento orçamentário decorrente das emendas parlamentares. Apesar dessas dificuldades, ele elogiou a produtividade legislativa dos dois primeiros anos de governo, mas acusou a oposição de tentar obstruir a pauta econômica com motivações eleitorais.

Em relação à política monetária, o ministro reiterou suas críticas à condução do Banco Central, especialmente sob a presidência de Roberto Campos Neto, que antecedeu o atual titular. Haddad argumentou que a taxa básica de juros (Selic) permanece em um patamar excessivamente elevado, o que prejudica a retomada do crescimento econômico. Ele defendeu a atuação do atual presidente do BC, Gabriel Galípolo, afirmando que este tem se empenhado em corrigir as distorções herdadas da gestão anterior.

Por fim, Fernando Haddad também mencionou o enfrentamento ao crime organizado e a necessidade de uma regulamentação rigorosa para o setor de apostas online. O ministro enfatizou que a responsabilidade se estenderá a influenciadores digitais e empresas de tecnologia (big techs) que promovam plataformas de apostas ilegais. A Receita Federal, conforme detalhado, está trabalhando em colaboração com órgãos de segurança pública para combater a sonegação fiscal e a lavagem de dinheiro associadas a essas atividades.

Fonte: https://www.newsatual.com

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